terça-feira, 21 de julho de 2009

Os parceiros de Romário


O baile de debutante da conquista do tetra nos Estados Unidos é uma grande efeméride esportiva do ano. O disparo de Roberto Baggio, a dramática vitória, a homenagem à Ayrton Senna, a taça erguida pelo chucro Dunga, são memórias que se eternizaram no panteão de glórias do futebol brasileiro.

O time comandado pelo burocrático Parreira primava pelo grande controle da posse de bola, garantido por uma segurança e força física jamais vistas numa seleção brasileira. Na realidade, aquele time seria um autêntico selecionado europeu, um completo sepultamento do estilo leve e envolvente tupiniquim, se não fosse a presença de Romário. O cerebral atacante estava no auge de sua carreira, com seu genial estilo minimalista, capaz de transformar pequenos espaços em latifúndios de criatividade e imaginação. Com ele em campo, o Brasil era realmente Brasil.

Na sequência, uma pequena lista com apenas alguns dos inúmeros parceiros de Romário. Uma inocente homenagem à sua turbulenta, irresponsável e brilhante trajetória.

Bebeto

O baiano chorão nunca foi um peixe de Romário. No entanto, em campo exibiam uma fina e invicta sintonia, marcada por descolamentos e passes envolventes que resultaram em 47 gols pela seleção brasileira. Além do tetracampeonato, estiveram juntos na histórica conquista da Copa América de 1989, encerrando um incrível tabu de 40 anos.

Romário também tem uma indireta dívida de gratidão com o franzino rapaz ; na última rodada do Campeonato Espanhol (93/94), o Deportivo de Bebeto enfrentava o Valencia, necessitando apenas de uma simples vitória para conquistar o título. No final da partida, a equipe de La Coruña teve um pênalti a seu favor; entretanto, Bebeto, o cobrador oficial, não quis bater. Dukic cobrou e perdeu. O empate sem gols deu o título ao Barcelona de Romário.

Aliás, na disputa de pênaltis contra a Itália, Bebeto seria o último a bater pelo Brasil, caso Baggio tivesse convertido seu disparo. O baiano agradece eternamente aos seus orixás.


Hristo Stoichkov

O extraordinário e temperamental meio-campista foi grande parceiro de Romário no título espanhol da temporada 93/94. O búlgaro contribuiu muito para as performances que renderam o título de melhor jogador do mundo ao brasileiro naquela temporada.

Na Copa do Mundo de 1994, a Bulgária de Stoichkov foi uma das grandes surpresas, mas acabou eliminada na semifinal diante da Itália. A derrota impediu um encontro diante do Brasil, numa final que provavelmente seria menos truncada e mais lúdica que a sufocante decisão por pênaltis no Rose Bowl em Pasadena.

Após a aposentadoria em 1999, Hristo Stoichkov se aventurou como treinador (seleção da Bulgária 2004/07, Celta de Vigo 2007), mas esteve distante da excelência dos tempos de jogador.


Chapolim Colorado

Não há como ler ou ouvir algo a respeito de Romário na imprensa latino-americana (em especial a argentina) não acompanhada da alusão ao anti-herói mexicano. O carinhoso apelido não deixa Romário muito feliz, mas tem lá suas semelhanças, não se limitando apenas às trapalhadas e confusões ...

Chapolim é baixinho e sempre surge prontamente quando acionado pela famosa súplica: “E agora, quem poderá me salvar?”, invariavelmente seguida de aventuras mirabolantes e finais mais ou menos felizes.

Romário é baixinho (não me diga) e imediatamente atendeu ao chamado de socorro de Parreira, retornando à seleção na partida decisiva das Eliminatórias de 1993 diante dos uruguaios no Maracanã. O Chapolim tupiniquim marcou dois belos gols e selou o passaporte rumo ao tetra.

Ah....Romário também já utilizou a marreta biônica contra um torcedor do Fluminense nas Laranjeiras, contra o argentino Simeone, então no Atlético de Madrid, além de outras vítimas, como Cafezinho do Madureira, Zandoná do Velez Sarsfield e o zagueiro Andrei (que era seu companheiro de time)

Ele só não contava com a astúcia do Luiz Felipe Scolari...


Euller

Euller agora habita a infernal penumbra da Série C com o América Mineiro, mas já teve seus momentos de intenso holofote, com destaque para sua parceria com Romário no Vasco da Gama. Foi ao lado do então filho do vento, hoje uma brisa balzaquiana, que Romário marcou mais gols em uma única temporada em toda sua carreira. Foram 74 gols em 2000...uma marca realmente formidável.



Matemática

A professora Conceição não teve piedade ao reprovar Romário em Matemática na oitava série. Os anos se passaram e tudo levava a crer que Romário e a Matemática nunca protagonizariam uma amizade fraternal.

No entanto, no crepúsculo da carreira do artilheiro, a insólita união aconteceu. A Matemática encarou a parceria, se desdobrou, ignorou substrações e divisões, ampliou somas e estratosféricas multiplicações. A prova final foi adiada algumas vezes e teve que mudar de cenário....

O colossal Maracanã deu lugar ao caldeirão de São Januário numa partida diante do Sport Recife. O pênalti providencial aconteceu. Romário cobrou e marcou o seu mirabolante milésimo gol. O goleiro Magrão foi a vítima...quer dizer...a Matemática foi a vítima...enfim...

Jones Souza Régis

Jones foi um dos amistosos colegas de cela de Romário na semana passada. Ele também varou a madrugada na prisão por não pagamento de pensão alimentícia e aproveitou para trocar passes e impressões com o Chapolim enjaulado.

"Inclusive eu fiquei até de queixo caído quando ele disse que queria ter mais cinco (crianças). Aí eu disse 'nossa!', afirmou o malandrão.

A possibilidade de reencontro de Romário e Jones, ao contrário dos demais citados nesta lista, é muito boa.

2 comentários:

  1. hummm adorei muitas coisas q eu nao sabia principalmente sobre um dos melhores jogadores dos anos 90 na minha opiniao(stoichkov)junto com zidane e outros lembra?

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  2. além de muitas outras curiosidades sobre o chapolimcolorado tupiniquimq eu nao sabia

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