Ahhhh....que maravilha a final do NBB. Arena lotada, time popular campeão, transmissão ao vivo na telinha (Sportv e trechos no Esporte Espetacular da Globo)...um verdadeiro alívio diante do recente cenário de caos da nefasta gestão Grego Bozikis. No entanto, apesar desse repentino glamour, o principal fato permanece doloroso e absurdo: o basquete masculino tupiniquim não disputa uma olímpiada desde Atlanta-96, ou seja, o Lula não era presidente, o World Trade Center era uma beleza, o Sarney...bom...o Sarney já estava no Congresso, quando Oscar e cia extremamente limitada arremessaram pela última vez sob a benção do Barão de Coubertin. Os anos se passaram...os desmandos dos bastidores se avolumaram, os fracassos amassaram sofridos aros ao redor do planeta...
O cenário dentro de quadra continua um tanto sombrio. A tal final do último domingo entre Flamengo e Brasília foi uma ode à precipitação e ao desrespeito a qualquer plano tático que possa existir, retratando fielmente o triste estágio técnico em que o basquete doméstico se encontra. Um festival de arremessos de três pontos não convertidos, finalizações precoces e desequilibradas que infinitas vezes ocorriam quando ainda restava boa parte dos 24 segundos de posse de bola. Nada de plano de jogo, nada de técnicos, nenhuma sofisticação quanto à deslocamento e busca de espaços, aliado a um descaso despudorado em relação à defesa. Enfim...a institucionalização da boa e velha "pelada", praticada na bela Arena Multiuso do Pandemônio dos cofres públicos de 2007. Se ao menos tivéssemos grandes e inegáveis talentos individuais brilhando pelas quadras do famigerado Novo Basquete Brasil...
Mas definitivamente não temos. O destaque do torneio foi Marcelinho Machado, o veterano e franzino ala do Flamengo, um dos grandes símbolos das frustantes performances da seleção nacional, com seu estilo precipitado e individualista que sempre sucumbiu com grande facilidade diante de adversários mais fortes e que sabem que basquete é muito mais do que uma competição de torpedos insanos em direção à cesta.
No entanto, ele foi campeão...Marcelinho sorriu, ergueu o troféu, apagou de sua memória por um efêmero instante todas as dificuldades de treinamento, a falta de infra-estrutura, os intermináveis salários atrasados e vibrou com cerca de 15 mil eufóricos rubro-negros numa intensa e ruidosa celebração registrada com empolgação pelas lentes da vênus platinada e seu canhão de audiência.
O basquete tupiniquim sacramentou o início de sua redenção, encerrou com pompas sua primeira temporada do NBB, mas demonstrou que, caso permaneça acéfalo dentro de quadra (mesmo com seus talentos no exterior), seguirá festejando finais de campeonato em uma bela arena com transmissão global espetacular, enquanto coleciona mais fiascos nas principais competições internacionais.
Estará aí o melancólico moonwalk do basquete nacional...imaginar que já está na lua quando na verdade está apenas dando passos para trás. Será infinita a paciência global?
entro aqui toda mão e num tem post novo
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