terça-feira, 14 de julho de 2009

Barack, o fanático


O torcedor Barack Obama sabe desfrutar ao máximo dos prazeres que seu singelo cargo público generosamente lhe oferece. Na noite de terça-feira, lá estava ele em Saint Louis, no estado do Missouri, para o simbólico arremesso inaugural do All Star Game da Major League Baseball. Obama surgiu imponente no gramado do lotado Busch Stadium, caminhando decidido rumo ao montinho, indiferente às timidas vaias de abusados espectadores que provavelmente não aprovaram o traje que o democrata escolhera para a ocasião: a camisa do seu querido Chicago White Sox.

Antes dele, apenas outros quatro mandatários protagonizaram a cerimônia de abertura do jogo das estrelas: Franklin Roosevelt, John F.Kennedy, Richard Nixon e Gerald Ford, esse último há já distantes 33 anos. O arremesso de curva presidencial teve como destino as luvas do astro da casa, o dominicano Albert Pujols, primeira base do Saint Louis Cardinals, principal candidato ao prêmio de MVP da temporada, dono de marcas impressionantes e que, acima de tudo, permanece incólume à avalanche de casos de doping que aniquilam a imagem de seu esporte.

Assim como Pujols, o presidente norte-americano também se mantém forte, esbanjando poder e popularidade, em meio aos infinitos e malditos legados de seu infeliz antecessor. A caótica crise financeira internacional, a pandemia da gripe suína, o eterno conflito israelo-palestino, o Iraque, o bloqueio de Cuba, Guantánamo, os aiatolás do Irã, a Coréia do Norte, o Osama....nada parece capaz de liquidar com a lua de mel de Obama e quem, em qualquer parte do planeta, decidiu, ingenuamente ou não, apostar na mudança que ele se propôs a comandar.

Nada parece abalar a vocação de astro pop do presidente yankee... Nem mesmo quando ele também decide avançar com coragem em meio ao ardiloso e aparentemente inofensivo mundo dos esportes, exibindo sem pudor seus amores e palpites num território regido pela paixão muitas vezes desenfreada e intolerante, capaz de gradualmente destruir reputações consolidadas.

O grande rival do Saint Louis Cardinals na MLB é o Chicago Cubs, talvez por isso o efeito da camisa do outro time da cidade dos ventos, o White Sox, não tenha sido tão intenso assim, num estado em que o democrata venceu nas eleições. No entanto, Obama já coleciona uma polêmica mais contundente nessa seara; em março foi convidado pela ESPN para profetizar quantos aos confrontos decisivos do basquete universitário norte-americano. O presidente cravou North Carolina como futuro campeão, causando uma descontente reação:

"The economy is something that [the president] should focus on, probably more than the brackets."

Bom...quem disse isso aí em cima, no dia seguinte à declaração presidencial e no melhor estilo João Saldanha Scolari, foi o conceituado Mike Krzyzewsky, técnico campeão olímpico em Pequim e também comandante da tradicional Universidade de Duke, grande rival da preferida do democrata que, diga-se de passagem, acabou conquistando realmente o título ( a décima-oitava conquista de North Carolina)

Em maio, foi a vez do Pittsburgh Steelers, campeão do Super Bowl da NFL, ser recebido na Casa Branca, numa cerimônia já bastante tradicional no país. Obama confessou que torceu para o time campeão na partida diante do Arizona Cardinals, mas que era torcedor do Chicago Bears e que continuaria sendo assim, não se importando com o tamanho dos jogadores do Steelers. Imagino que na mesma situação, se o Tancredo fosse o presidente, diria que gosta do Pittsburgh, assim como do Chicago e de todos os demais queridos times da NFL...

Agora, reparem na foto acima, o presente de Luiz Inácio à Barack: uma camisa autografada da seleção brasileira de futebol. O que dizer?

Prepare-se Dunga, esqueça a Copa das Confederações, o seu terror apenas começou...

Um comentário:

  1. ah parabens texto muito bom e com tema muito diversificado... isso é importante quanto aos presidentes, acho plausível q gostem de esportes mas sabemos muito bem q ambos tem coisas mais importantes e urgentes a tratar

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