sexta-feira, 10 de julho de 2009

Disparates de um clássico


Um eventual fracasso do Atlético no clássico deste domingo, não importa a contagem, será tão retumbante quanto as vexatórias goleadas sofridas nas duas últimas finais estaduais. O time está sob sufocante pressão; a obrigação de vencer torna um mero empate, motivo para vaias e discursos indignados de torcedores consumidos por uma paixão que seduz e devora com sádicas pitadas de ilusão.

O atual vice-líder do Brasileiro encara um homérico tabu de 12 jogos, construído com altas doses de incompetência própria e impiedade inimiga, diante de um rival que, mergulhado na iminência da concretização de um sonho dourado, coloca em campo um time reserva, numa sábia e involuntária provocação que amplia ainda mais a necessidade de vitória alvinegra, sob pena de comprometer duramente a sequência de sua campanha. Já um triunfo não só livra o Galo de um autêntico e devastador Complexo de Atlas como lhe oferece um fôlego essencial para se manter no pelotão de elite.

O Cruzeiro entra em campo ciente de que o futuro do restante de sua temporada será decidido apenas na quarta-feira, diante de uma multidão disposta a desembolsar uma bela nota para empurrá-lo pra cima do aguerrido Estudiantes. Uma derrota no domingo apenas fere o orgulho e a vaidade de quem utopicamente deseja ser protagonista de um eterno tabu. Adilson Batista evidentemente só anuncia o time poucos minutos antes da partida; mas cogita-se uma equipe competitiva, com as presenças de Fabricio, Athirson e Sorin ao lado dos habilidosos e imberbes Dudu e Bernardo. A ausência de Kleber adia seu tenso reencontro com o defensor Welton Felipe, o voluntarioso e afoito zagueiro com nome de cantor de churrascaria.

O Atlético vai completo, com exceção do eficiente Carlos Alberto, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Celso Roth deve escolher Marcos Rocha para a lateral-direita, além de reconduzir Feltri à lateral-esquerda, recolocando Júnior no meio-campo. O público, para felicidade geral da polícia mineira, não estará presente com a volúpia costumeira em um clássico, certamente resultado das circunstâncias vividas em meio a um confronto talvez agendado precocemente. Entretanto, a dramaticidade que o time atleticano carrega consigo, tendo como contraponto a invejável tranquilidade do rival, garante toda a expectativa.

Ainda pela décima rodada do Campeonato Brasileiro, Grêmio e Corinthians se enfrentam no Olímpico Monumental em Porto Alegre. Aguardamos ansiosamente pelo emocionante minuto de silêncio em homenagem à Andréia Albertini. Força Fenômeno!


Um comentário:

  1. classico é clássico e ninguem quer perder por maior q seja a obrigação atleticaqna

    ResponderExcluir